quarta-feira, 28 de setembro de 2016

MAÇONARIA: Maçom autor do Hino dos Estados Unidos

MAÇONARIA: Maçom autor do Hino Nacional dos Estados Unidos



"The Star-Spangled Banner" é uma canção patriótica escrita por Francis Scott Key, em 14 de setembro de 1814, e adotado como o hino nacional oficial do Estados Unidos no dia 3 de março de 1831.


Francis Scott Key, foi um juiz e um poeta amador estadunidense, mais conhecido pela autoria do atual hino dos Estados Unidos, The Star-Spangled Banner, escreveu o texto da hino durante a guerra de 1812 contra a Grã-Bretanha.
Francis Scott Key foi membro do "Concordia LOdge n.13” de Maryland


De forma errada, foi durante muito tempo acreditou que Francis Scott Key escreveu o famoso hino enquanto ele foi mantido em cativeiro pela frota britânica na costa do “Fort McHenry” perto de Baltimore. Mas ele não era um prisioneiro de guerra. Durante a Guerra de 1812, Key, acompanhado do também advogado John Stuart Skinner, jantaram a bordo do navio britânico HMS Tonnant a convite dos oficiais Alexander Cochrane, George Cockburn e Robert Ross. Skinner e Key também almejavam negociar a  libertação de dois prisioneiros americanos, um deles o Dr. William Beanes. Os três não estavam autorizados a retornar às suas corvetas, pois tinham de se familiarizar com a frota da Royal Navy (prestes a atacar Baltimore). 


Sem outra alternativa, Key teria de assistir a Batalha de Baltimore e a consequente derrota das tropas americanas no Fort McHenry. Durante o conflito, Key avistou uma bandeira americana ainda tremulando em meio à destruição das tropas americanas e sentiu-se inspirado a escrever um poema. 


Assim nasceria, no seu retorno à Baltimore, o hino dos Estados Unidos. A música foi o trabalho do Inglês compositor John Stafford Smith (1750-1836), que escreveu essa melodoia para acompanhar um poema de Ralph Tomlinson chamado de "Anacreon in Heaven", o hino da "Society Anacreon", um clube Inglês.





Em 1832, Key serviu como advogado de Sam Houston, durante seu julgamento na Câmara dos Representantes, por agredir outro congressista. Francis Scott Key veio a falecer no ano de 1843, na casa de sua filha em Baltimore. A causa da morte teria sido pleurisia.

La Bannière Étoilée n. 900  ("The Star Spangled Banner n. 90") é o nome distintivo da respeitável “Loge GLNF - Grande Loge Nationale Française”
Consagrada em 10 de junho de 1994, no leste de Neuilly-sur-Seine, em comemoração do quinquagésimo aniversário do desembarque das forças aliadas nas praias da Normandia. 


A vocação da Loja  é ser uma ponte com a oficina americana, em particular com os maçons da Grande Loja do Distrito de Columbia (GLDC), Washington DC, co-peticionários para a sua consagração. Representantes de GLDC participam anualmente no mês de Dezembro da Sessão na La Bannière Étoilée n. 900  ("The Star Spangled Banner n. 90"), antes de participar da Assembléia Geral da GLNF - Grande Loge Nationale Française. Desde 1994, a delegação norte-americana tem sido liderada pelo Muito Grande Venerável em exercício.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

MAÇONARIA: Invenção do Balão tripulado

 MAÇONS INVENTARAM O BALÃO

Maçonaria Cultural: O balão foi inventado pelos maçons "Os Irmãos Montgolfier" 
Recentemente a pedido de uma Universidade para uma palestra aos seus alunos, voltei a ver um dos clássicos do cinema mundial, “A Volta ao Mundo em 80 Dias”. Fabuloso filme com David Niven, Mário Moreno o Cantinflas, Shirley Maclaine e Frank Sinatra. A história do desafio de viajar ao redor do mundo em oitenta dias, ainda encanta. Para a palestra além da obra de Júlio Verne, fui pesquisar sobre balões e encontrei informações interessantes,  “Os irmãos Montgolfler”.
Maçonaria: Os maçons "Os Irmãos Montgolfier" inventores do balão tripulado

Joseph-Michel Montgolfer (1740-1810) e Jacques-Étienne Montgolfer (1745-1799) foram dois irmãos inventores franceses, que construíram o primeiro balão tripulado do Mundo, em 5 de junho de 1783. Franceses, filhos de um fabricante de papel, que até hoje é uma das companhias mais tradicionais e modernas do mundo a fábrica Canson,) de Annonay, sul de Lyon, França. 
 
     Certo dia os irmãos brincavam com um saco de papel aberto invertido sobre o fogo, eles repararam que o saco flutuava. Em 1777 eles iniciaram a construção de modelos,[ que foram evoluindo até o ano de 1782, quando Joseph fez um experimento definitivo, quando residia na cidade de Avignon e enquanto contemplava uma fogueira, imaginou um assalto à fortaleza de Gibraltar (até então inexpugnável por terra e pelo mar), com tropas erguidas pela mesma força que erguia as brasas da fogueira. Todos aqueles experimentos e observações reforçaram a ideia de que eles poderiam finalmente realizar o grande sonho da humanidade, o de voar. Passaram então a fazer diversos experimentos com diversos materiais até construírem um balão prático.

      No dia 5 de junho de 1783, eles fizeram a sua demonstração pública de um balão em Annonay na presença de um grupo de dignatários do États particuliers. O seu voo se estendeu por 2 km, durou cerca de 10 minutos e atingiu uma altitude estimada de 1.600 a 2.000 m.

       Étienne
construiu um balão ainda maior, com 1.060 m³ de capacidade de ar, feito de tafetá envernizado com alume (que tem propriedades antichamas). O balão era azul, decorado com flores douradas, signos do zodíaco e Sóis, símbolos maçônicos
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Maçonaria: O balão era azul, decorado com flores douradas, signos do zodíaco e Sóis, símbolos maçônicos.
   Em 19 de setembro de 1783, em frente ao Palácio de Versalhes perante um público que incluiu o Rei Luis XVI e a Rainha Maria Antonieta, o Aérostat Réveillon voou com os primeiros seres vivos a bordo: uma ovelha, um pato e um galo (apesar de o Rei ter proposto enviar dois criminosos). Este voo durou cerca de 8 minutos, se estendeu por 3 km chegando a cerca de 460 m de altitude e pousando em segurança.


    Depois da demonstração bem sucedida Étienne iniciou a construção de outro balão, desta vez com 1.700 m³ de capacidade de ar, com o objetivo de transportar seres humanos. Este novo balão tinha cerca de 23 m de altura e 15 m de diâmetro, e era ricamente decorado com temas e cores fornecidos por Réveillon, que incluíam o rosto de Luis XVI entrelaçado com o monograma real. Ao que se sabe, Étienne Montgolfier foi o primeiro ser humano a levantar voo do solo, fazendo no mínimo um voo seguro por cordas do pátio da oficina.
Maçonaria: Demonstração foi realizada em frente ao Palácio de Versalhes

Em 21 de novembro de 1783, ocorreu o primeiro voo livre de seres humanos num balão, executado por Pilâtre juntamente com o oficial do exército, marquês d'Arlandes. O voo partiu das terras do castelo de la Muette  lado Oeste de Paris. Eles voaram por 9 km a cerca de 910 m acima de Paris, depois de 25 minutos, o aparelho pousou entre os moinhos de Butte-aux-Cailles, tendo o voo sido abreviado por um princípio de incêndio no tecido que recobria o balão.


      Esses primeiros voos foram muito comemorados, e vários trabalhos de gravura, escultura e outros tipos de artesanato foram feitos retratando os balões.

No início de 1784, um balão, então batizado em Flesselles, em homenagem à Jacques de Flesselles fez um pouso forçado com sua tripulação. Em junho de 1784, o balão batizado de La Gustave levou como passageira a aeronauta cantora, Élisabeth Thible.


    Devido a esse feito, em dezembro de 1783, o pai deles, Pierre, foi elevado à nobreza com brasão próprio e o sobrenome de Montgolfier passou a ser hereditário, por decreto do Rei Luís XVI.



      Ambos os irmãos eram membros da Maçonaria da Loja "Les Neuf Soeurs ", que souberam valorizar a personalidade excepcional dos homens que compunham , e a influência que tiveram sobre a sociedade de seu tempo.
Maçonaria: Documento histórico da Loja "Les Neuf soeurs"


autor do livro "Maçonaria no Cinema"

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A INICIAÇÃO DE HOMER SIMPSONS

OS SIMPSONS NA MAÇONARIA



No episódio 12 da 6a. temporada, Homer Simpson,, percebe que seus amigos Lenny e Carl estaão agindo de forma estranha, e os segue até descobrir que eles fazem parte de uma antiga sociedade secreta, denominada "Os Lapidários" (The Stonecutters). 


Homer Simpsons é iniciado, aparece vendado na cerimônia bem como depois fazendo um juramente. 

 Saiba outras referências da Maçonaria nos filmes do Cinema

Maçonaria no Cinema” já disponível na versão digital e o livro físico disponível no dia 15.10.2016.

Baixar versão digital: AQUI
Avise-me quando chegar o livro fisico: AQUI
No site UOL desta quarta-feria (17) traz uma matéria sobre "Stranger Things” no traço dos Simpsons.
 O ilustrador belga Adrien “ADN'' Noterdaem é conhecido por seu ótimo blog Simpsonized, em que ele adapta qualquer personalidade, celebridade ou personagem de ficção ao traço dos Simpsons de Matt Groening. A nova viagem do artista foi levar os personagens da fictícia Hawkins, a cidade do seriado-sensação Stranger Things, para o universo visual de Springfield. Ficou incrível, veja só:

 Maçonaria no Cinema” já disponível na versão digital e o livro físico disponível no dia 15.10.2016.
 
https://www.amazon.com.br/Ma%C3%A7onaria-Cinema-Antonio-Carlos-Gomes-ebook/dp/B01JAI3OHS/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1471432181&sr=8-1&keywords=ma%C3%A7onaria+no+cinema

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FRED FLINTSTONES NA MAÇONARIA?

FRED FLINTSTONES NA MAÇONARIA?

Todas as referências no livro Maçonaria no Cinema

 Tanto no cinema quanto na televisão, os desenhos animados estão repletos de mensagens e símbolos. Aqui é a prova disso, uma das séries mais queridas em todo o mundo. Seus personagens e sua música de abertura ficaram eternizados. 

Fred e Barney frequentavam uma paródia da maçonaria, a Irmandade da Ordem Leal dos Búfalos D’Água, uma associação a absolutamente machista da cidade de Bedrock, em plena pré-história, “que tem um aperto de mão que todos precisam conhecer”, como diz seu hino. 
Entre outras referências nos desenhos 
 
Livro Digital já disponível LEIA

Maçonaria no Cinema” já disponível na versão digital e o livro físico disponível no dia 15.09.2016.

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Avise-me quando chegar o livro fisico: AQUI


 

sábado, 13 de agosto de 2016

A CABANA E O SUPER-HERÓI



A CABANA E O SUPER-HERÓI

Antonio Carlos Pereira Gomes

Olá meu Pai, tudo bem?
Faz um bom tempo que não nos falamos não é verdade?
Hoje resolvi separar alguns minutos do meu dia para conversarmos.
Sabe Pai, essa semana me peguei lembrando de você, de nós, da família, dos momentos e cheguei à conclusões que precisa saber.
 Fui um garoto privilegiado vivendo inúmeros momentos ao seu lado. Empinamos pipa juntos, jogamos bola na rua, soltamos bolhas de sabão pela casa, fizemos guerra de travesseiros, brincamos de fazer cabana com os cobertores e embora o desespero da mamãe com a bagunça, aquilo era o meu verdadeiro paraíso.
Foi você quem me ensinou andar de bicicleta, aquele cai e levanta no jardim da praça, me sentia protegido sabendo que você estava ali correndo ao meu lado, pronto para me agarrar quando me desequilibrava. Aprenderia a perseverança até conseguir pedalar sozinho com as mãos trêmulas no guidão da velha magrela. Mãos na direção, gritava você quando eu disparava.
Sim tudo aquilo era meu paraíso, minha vida, meu mundo particular. Me sentia o “Pequeno Príncipe” de Antoinne Exupery, porém diferente. Não tinha uma flor para regar, não possuía a rosa única. Eu era o protegido, o único SER a ser regado, cuidado, mimado e me sentia soberano na felicidade concedida por Deus.
Pai você sempre foi meu Super-herói.  Forte, corajoso, inteligente, protetor, benevolente, justo e perfeito. Nunca te vi chorar, esmorecer, desistir. Era imbatível. Afinal os heróis não sucumbem. Levantam das aparentes batalhas perdidas e salvam o mundo. São eternos.
Ainda me lembro, na mesa do almoço, você postado na cabeceira. Era a imagem do meu Super-herói sentado no trono do saber.  Contava as suas histórias, as escolhas da vida, a conduta de um bom homem, os princípios a serem seguidos e os bons costumes. Parecia um Rei Salomão, aconselhando,  revelando os segredos da vida e decifrando os caminhos certos nas escritas turvas do manual de instrução do mundo.
Os meus problemas eram muitos. Parar de brincar para tomar banho, comer verdura, ir à missa de domingo, estudar para a prova, e tantos outros que já me esqueci.
Também tinham as minhas falhas. Cara emburrada por não poder comprar uma bola igual a do meu amigo, sujar a única camisa branca da escola brincando de pique-esconde, esbravejar por ter que ir dormir no meio de um filme legal e de alguns palavrõezinhos.   Minha culpa minha máxima culpa!
No meu paraíso ganhava muitos presentes. Eles foram crescendo a medida que eu crescia. O Triciclo, a bicicleta, o velho fusca da garagem e por ai vai.
Retribui os presentes também meu pai. Não teve uma só vez que não te presenteei. Até hoje não sei por qual razão te dava sempre uma caixa de lenços. Lenços “Presidente”. Talvez porque fosse o chefão da casa, o líder, o meu Super herói.
Essa visão foi mudando com o tempo, afinal eu fiquei adolescente.
Comecei a achar que você ficou antiquado, suas ideias eram ultrapassadas, tudo que me dizia só faria sentido no seu tempo e que eu deixaria de ser aprendiz e poderia seguir firmes meus passos.
O mundo era outro, eu estava esfuziante e como já não te olhava mais de baixo para cima, era como se eu estivesse superando meu Super Herói.
Sim meu Pai, eu me sentia forte, valente, onipotente.
Fiz o mundo do meu jeito, da forma que eu queria e cantando como se fosse o Sinatra, I did My Way, e eu realmente fiz da minha maneira.
Os seus conselhos eu já tinha olvidado há tempos. Afinal eu era  dono da verdade, brincando com o globo do mundo imitando Chaplin em o Grande Ditador.
Mas todo dia o sol é rei ao meio-dia e a lua rainha à meia-noite. Fui percebendo que meu paraíso havia desmoronado em curto tempo.
Mas a culpa é sua Pai, toda sua!
Por que não me avisastes? Por que não revelou o segredo amargo e duro da vida.
Tiraste as rodinhas da bicicleta e me soltou na ladeira do mundo. Cadê você meu Pai?.
O caminho a seguir era você quem me mostrava. Eu tinha você em todo momento, se brigavam comigo eram no afago dos teus braços que me acalmava. Hoje não é mais minha mãe, coleguinhas, ou professoras que gritam comigo.
Gritam comigo no trânsito, no estádio de futebol, na fila do mercado, no trabalho, o patrão, o cliente, o manobrista, a esposa, até meus filhos. Tenho vontade de sair correndo mas não posso.
Quantas dúvidas, problemas, incertezas e você não falava mais nada. Estava só, tendo que conduzir a vida, minha família, meu mundo despedaçado, tudo sem nenhuma orientação da sua parte. Me abandonastes meu Pai?
Agora eu estava sentado no topo da mesa, mirado pelos olhares deslumbrados dos  filhos e da esposa à espera das minhas histórias e dos meus conselhos. E agora? O que fazer? Não sou um Super-Herói como você meu Pai. Sou uma fraude de mim mesmo.
Gostaria que minha falha hoje, fosse sujar a camisa do terno com molho do macarrão e sair correndo de castigo para o quarto. Mas eu cresci, casei, tenho filhos e quando isso acontece, minha esposa contemporiza e diz para não se preocupar que colocará para lavar.
Torcia para que gritassem comigo, todos ao mesmo tempo de forma uníssona  para que eu pudesse sair em disparada da mesa e talvez encontrar os seus braços Pai.
Certo dia fui pego de surpresa quando meu filho me fez a mesma pergunta que te fiz quando era criança.
Pai, como era no seu tempo?
Os segundos de silêncio que se fizeram presente a espera da resposta ideal, pareceram horas. Por onde começar?
Resolvi ser mais prático e falamos de você meu Pai. Contei a eles nossas aventuras, nossos momentos  e ao contar tantas histórias vividas senti que o fardo da cruz nas costas diminuía.
Falei que a vida nos pregará algumas peças. Teremos que ter perseverança. Se cai e levanta sempre, como andar de bicicleta e o importante é estar em movimento.  Segura firme na direção. Sejamos donos dos nossos sonhos.
Percebi que já sabiam isso, pois ensinei aos meus filhos da mesma forma que me ensinaste a andar na velha magrela, embora as bicicletas de hoje sejam bem mais equipadas.
Meus braços eram poucos para afagar tantos. A cada lição sobre a vida, me recordava de você meu pai. Como salvar o mundo, como amenizar o sofrimento daqueles que me são caros.
Das nossas coisas vividas juntos e eu me pegava fazendo as mesmas. Cabanas de cobertor, bolhas de sabão pelo apartamento e jogando bola na sala. 
Sim Pai,  meu paraíso estava de volta. Queria tanto que você pudesse brincar conosco e ver como seguro firme a direção do meu mundo.
Sabe Pai, hoje tudo é eletrônico, passam horas entretidos em jogos que pouco compreendo, mas garanto que quando chegava do trabalho e pegava meus filhos, os levantava para o alto,  fazendo cocegas nas barriguinhas deles, eram gargalhadas sem igual que me rejuvelhecia.
O tempo passa mundo rápido. Você sempre falava isso, mas acredite agora no meu tempo passa mais ligeiro.
Me olho no espelho e estou bem mais parecido com você Pai. Também decifro o manual do mundo sabia? Embora o tempo que se passou, os conselhos são os mesmos que me passastes. Honestidade, Igualdade, bondade, liberdade, bons costumes e fraternidade.
Sei que a vida não é fácil, não foi para você Pai, não é para mim e não será para eles. Sou o Super-herói deles e quanta responsabilidade.
As vezes quero chorar e daria tudo para ter um daqueles dos seus lenços “Presidente”.  Ter filhos é uma forma que o Grande Arquiteto nos dá de pedirmos desculpas aos pais.
Hoje entendo tudo que me queria mostrar. Sim Pai, foi muito bom, tirar as rodinhas da minha bike, descer a ladeira do mundo e por vezes te confesso tirei as mãos do guidão e rapidamente segurei firme lembrando-me de você. E confesso que te vi chorando várias vezes por debaixo das lentes grossas dos óculos de aro preto.
Hoje entendo o que é deixar o ultimo pedaço na espera que algum filho ainda queira comer e a fome para nós Super-heróis sempre passará.
Aprendi que começamos a envelhecer quando nossos sonhos diminuem. Percebi que os Pais são como velas e suas chamas vão diminuindo, se apagando até não haver mais fogo. Um dia todos perceberão que os cabelos ficaram ralos e os amigos ficaram raros e a família ainda será o porto seguro de todos nós.
Bom Pai, tenho bastante para te contar, porém está ficando tarde e um senhor na minha idade não pode ficar nesse vento frio que aqui faz. Nossa falei igual à você!
Vou deixar essa rosa aqui hoje no vaso entre a sua foto e a da mamãe e qualquer dia desses eu volto para falarmos mais ou quem sabe para ocupar meu lugar ao lado de vocês.
Enquanto isso não acontece eu me vou. Me aposentei e tenho três netinhos sabia? Tenho compromisso. Agora sou o Pai do Super-herói deles e hoje é o dia que fazemos cabanas com os cobertores, bolhas de sabão na sala e não perco por nada.
Com as saudades de sempre, obrigado Pai, meu Super-herói.

A CABANA E O  SÚPER HEROI
de Antonio Carlos Pereira Gomes
12.08.2016